Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Prefeitura do Município de Diadema, Associação Projeto Brasileiro de Dança e Companhia de Danças de Diadema

Expressar ideias com nossos corpos não é uma promessa de estabilidade, paz ou de um futuro idealizado de bem-estar. Pelo contrário, é um grito de alerta – uma convocação para considerar as negações, as exclusões e as distinções que nos são impostas enquanto seres humanos. Trata-se de expor, através do movimento, as camadas de violência simbólica e estrutural que nos atravessam, e de provocar uma reflexão crítica sobre aquilo que é silenciado, rejeitado ou marginalizado em nossa existência coletiva.
Nos termos de Foucault, um “corpo dócil” refere-se a um corpo que foi submetido a técnicas disciplinares e, por isso, é treinado para ser obediente, útil e conformar-se às normas sociais. Trata-se de um conceito fundamentado na ideia de que o poder não opera apenas por meio da coerção, mas também através de mecanismos sutis e muitas vezes invisíveis que moldam os comportamentos dos indivíduos e os tornam suscetíveis ao controle.
Nós somos corpos dóceis, nos infiltramos na existência e nas suas realidades, mas não somos corpos passivos. Nós reagiremos à violência ou doçura, examinaremos e nos infiltraremos através de nossos corpos, lançando nossa mensagem profunda.









Próximas apresentações
Sobre Gagik Ismailian
Português de ascendência armênia nascido em Teerã, Gagik Ismailian é Mestre em Artes pela Universidade de Surrey, na Inglaterra. Estudou dança no Reino Unido, na Legat School e na Royal Ballet School. Atuou como solista e primeiro-bailarino no Ballet Gulbenkian (Lisboa), além de integrar o Nederlands Dans Theater (Haia). Premiado internacionalmente – como intérprete e como coreógrafo –, foi convidado a criar obras para companhias de dança em Portugal e para os Teatros Nacionais na Croácia e Eslovênia. No Brasil, criou duas peças para o Balé da Cidade de São Paulo e “Tribal Urbano” para a Companhia de Danças de Diadema. Suas obras foram apresentadas internacionalmente em vários países e em prestigiados festivais de dança.
Sobre a companhia
A Companhia de Danças de Diadema é dirigida por Ana Bottosso e celebra 30 anos de existência em 2025. É um dos mais antigos corpos artísticos de dança contemporânea do Brasil. Acumula diversos prêmios da Associação Paulista dos Críticos de Arte (1995, 2017, 2022) e já foi vencedora do Prêmio Governador do Estado (2018). Realizou turnês internacionais e reúne em seu repertório obras de alguns dos nomes mais importantes da dança nacional, como Henrique Rodovalho, Luis Arrieta e Claudia Palma. Nasceu a partir de uma iniciativa da bailarina Ivonice Satie (1950-2008) – que também foi diretora do Balé da Cidade de São Paulo e coreógrafa do Ballet du Grand Theatre de Genebra –, em parceria com a Prefeitura de Diadema. No modelo idealizado por Satie e mantido até os dias atuais, os bailarinos do elenco realizam ações socioculturais, além do trabalho nos ensaios e nos palcos. São artistas-orientadores e ministram oficinas de dança para a população.